domingo, 4 de janeiro de 2015

Admirável Mundo Novo



Olá, Gulosos Literários!

Vamos ao primeiro livro de 2015

Nome: Admirável Mundo Novo
Autor: Aldous Huxley
Editora: Globo
Páginas: 314

Resolvi que começaria meu ano com um livro que muitas pessoas dizem ser excelente. Referência para muitos escritores, principalmente para os que escrevem distopias. Pelo menos, é isso que tenho lido pela internet. 
A história se passa num mundo bem diferente do que esperamos inicialmente. A cronologia não é a mesma que a nossa. A história de "Admirável Mundo Novo" não é divida em A.C. e D. C (Antes e Depois de Cristo), mas em A.F e D. F (Antes de Ford e Depois de Ford). Ford foi uma personalidade muito importante para o nosso mundo - sim, ele existiu. Foi o criador da produção em massa. Pense no modo de produção moderno, numa fábrica. Onde um grupo só corta, outro grupo só costura, outro só faz a bainha... sim, isso é linha de produção. Foi Ford que criou esse tipo de produção, daí sua importância. Nosso mundo moderno (será que devo colocar essa palavra entre aspas?) é feito à base de Ford. 
No livro também, só que elevado à décima potência. Eles já estão numa data posterior à 600 D.F. Se pensarmos que Ford estabeleceu sua linha de produção na década de 10 - 20 da nossa era  (1910 - 1920 - vá procurar no Google pra saber ao certo!), podemos calcular (mal e porcamente da minha parte) que a história relatada no livro se passa mais ou menos no ano de 2500 / 2600.
Nesse mundo, todos são condicionados desde a infância. Não há mais nascimentos naturais, tudo é cientifico. Todos são bebês de proveta. Há uma descrição sobre como é a reprodução e como as castas da população são feitas. Há o ser humano mais elevado - que tem um tipo de criação, e há a casta mais baixa - com outro tipo de criação em vitro. Não estou relatando isso porque estragaria uma parte muito importante do livro.
Podemos pensar seriamente sobre a sociedade e as classes sociais quando se falam das castas de nascimento. Depois há um relato sobre como é o sistema educacional dado para cada casta.
Eu - não sei vocês - fiquei estarrecida com o que é dito no livro. Como, em alguns detalhes, nossa educação se assemelha e como nós fazemos certas coisas sem pensar e como isso prejudica a educação das crianças. Leiam e reflitam sobre isso.

Depois passamos a observar um desses humanos que não está se adaptando tão bem a sua casta. Faz perguntas que normalmente uma pessoa da sua casta não faria. Enfim (eu não gosto de usar essa palavra, mas acho que é necessário para não dar spoilers - tem gente que me mataria por isso), podemos perceber o problema de castas através, também, do relato desse personagem, da sua inquietação e de alguns questionamentos.

Num certo ponto da história ele vai até uma reserva de selvagens. Entendam esse termo como pessoas que ainda tem filhos de maneira biológica, ainda possuem religião, ainda fazem as coisas como NÓS fazemos. Pois o nosso comportamento cultural foi abolino naquela sociedade. Lá, um dos personagens encontra uma antiga pessoa da sua civilização, que por um azar, acaba ficando na reserva selvagem, tendo que enfrentar todo o seu condicionamento em confronto com a realidade "antiga". Dessa mulher nasce uma criança que aprende alguns condicionamentos através dela e outras coisas com os selvagens da reserva. Temos, então, um híbrido. 

Podemos dizer que esse híbrido dá um "tchã" na história, pois ele nos traz muitos questionamentos acerca da sociedade - que é exacerbada, mostrando alguns dos nossos defeitos ou coisas que poderíamos ter num futuro (ou que teremos? Deus me livre do Soma! - leiam o livro pra entender!).

Recomendo o livro, principalmente para todos que se dizem revolucionários, da esquerda, comunistas, socialistas, anarquistas, ateus, questionadores, que não entendem a sociedade e a mente humana, que estão cheios de perguntas, que ficam putos com um monte de coisas (principalmente com os governos). 
É um livro para pensar. Pensar muito. Pensar até doer. Pensar e não para mais de pensar, nunca mais. Nunca mais eu verei o meu mundo com os mesmos olhos. 

Oh! Admirável Mundo Novo!

Sim, o personagem exclama isso várias vezes. E é assim que terminei o livro... vendo este admirável mundo novo que é o nosso depois da leitura. Para mim não é uma exclamação positiva, mas sim muito reflexiva.

Espero que tenha ajudado. Deixado mais curioso. Deixado com a pulga atrás da orelha. E mordendo de preferência para dar coceira de ler.

Abraços doces

Carla Luz

Nenhum comentário:

Postar um comentário