Segundo Livro de 2016 - Contos de Fadas em suas versões originais

Olá, amigos!

Terminei o e-book "Contos de Fadas em suas versões originais". Inicialmente eu achei que o livro fosse só com contos do Han Christian Andersen, mas acabei descobrindo que há uma miscelânea de contos dele e dos Irmãos Grimm

 Peguei esse e-book para ler, simplesmente para distrair... já estava no meu Kindle. Pensei "Gosto tanto de contos de fadas, porque não ler o original?". Peguei pra ler.

"CARACA, MULEQUE! QUE LIVRO, QUÊ ISSO?"

Eu não achava que seria desse jeito. 

Estamos muito acostumados com os contos de fadas pela visão da Disney onde tudo acaba bem com casamento e "foram felizes para sempre" (apesar de Pocahontas não ter esse final... mas deixa quieto porque a história não é conto de fadas). Mas nada disso acontece nos contos originais, minha gente!

É "tiro, porrada e bomba" se existissem essas coisas na época! É sangue, faca e gente ruim mesmo! No livro temos os contos do Barba Azul, Chapeuzinho Vermelho, A Pequena Vendedora de Fósforos, A pequena Sereia, Branca de Neve, Pele de Asno, Rapunzel, A Amendoeira, Cinderela e Sapatinhos Vermelhos. 

Eu conhecia algumas histórias, como todos vocês pelos desenhos animados da televisão e do cinema, é claro. Mas as histórias são bem mais macabras do que a gente imaginava, galera!

A história da Pequena Vendedora de Fósforos, muitos conhecem. Fizeram um curta sobre a história (que não estou achando no youtube agora numa boa qualidade). Com esse conto, mantiveram a tristeza da história... então já era o esperado.

Vou fazer um pequeno resumo do que vocês vão encontrar: gente matando esposa, pessoa cortando os pés, gente mutilando os membros do corpo, gente fugindo do incesto, fugindo de familiares horríveis e daí por diante minha gente!

Se eu falar mais, darei pistas demais e vão querer me matar por spoiler. (Apesar de eu achar que o que eu falei antes já é... - não me matem, por favor!).

Mesmo com tantas atrocidades, acredito que vale a pena ler. As histórias são curtas e refletem bem uma época em que essas histórias não eram infantis. Na verdade, numa época em que não existia infância. Essa data limitada é um conceito bem moderno se pensarmos em períodos históricos. Todos sentavam-se ao redor da lareira, fogueira, todos na sala e ouviam essas histórias. Crianças, adolescentes, adultos. Eram histórias para rir, para dar medo, para alertar, para passar o tempo simplesmente. Eram passadas de boca a boca (como as nossas histórias de fantasmas, aparições, loira do banheiro), eram o divertimento da época medieval (ou saindo desse período). Imagina lugares com poucas pessoas, sem luz elétrica, com grande parte da população analfabeta, com a Igreja mandando e desmandando, colocando demônio em tudo, sem internet, sem facebook e nada pra ocupar o tempo. O que se podia fazer? Cantar, dançar, contar historias, se degladiar.... essas coisas! E histórias nunca faltaram! (Vide aí Rei Arthur que tem sobrevivido por séculos!).

Acredito que muitas histórias possam ser fortes demais para ler para as crianças. Em Cinderela, as irmãs Grizelda e Anastácia cortam partes dos pés para caber no sapatinho. Isso é horrendo! Acredito que representa as atrocidades de hoje para seguir os padrões de beleza estabelecidos como corretos. E QUE NÃO SÃO, GEEEENTE! Podemos fazer essa associação hoje. Por esse (e outros motivos), acredito que os contos de fadas originais só devem ser lido pelos adultos. Principalmente se eles já estão mais bem estruturados psicologicamente hehehe. Até para algumas adolescentes pode ser chocante e quem sabe reforçar coisas negativas. MAS, isso é a minha análise como professora, uma mediadora de leitura que pensa muito no psicológico da pessoa que lê. MAS (outro), os pais, professores, ou a própria pessoa pode ler e escolher o que melhor for para ela.

Espero que todos possam se deliciar com os contos de fadas (mesmo os mais macabros!). Para mim é legal ler várias versos, saber o que foi mudando, saber o que os escritores novos estão fazendo com os contos antigos. As releituras... tudo isso é muito legal! Temos aí, vários autores nacionais e internacionais brincando com os contos de fadas e nada mais justo do que nos juntamos à eles para brincar, aprender, rir, chorar, nos assustar, suspirar também.

Eu acredito em fadas! (bate palma aí!)

Abraços!

Carla