quarta-feira, 21 de junho de 2017

O sorriso da Hiena - Gustavo Àvila

Olá, Devoradores de Livros!


Acabei de ler mais um livro e PUXA VIDA, QUE LIVRO INCRÍVEL! Se chama "O sorriso da Hiena" de Gustavo Ávila pela Editora Verus.

O livro conta a história de um rapaz (David) que foi testemunha do assassinato brutal dos seus pais quando tinha apenas 8 anos de idade. Com o passar do tempo, ele acaba reproduzindo o mesmo tipo de assassinato com crianças da mesma idade no intuito de entender onde a maldade humana começa. Um trauma? Nasceu com ela? Pelas circunstâncias? 
Então há meio que uma "caçada" externa e interna por respostas! E para isso temos o psicólogo William e o detetive Arthur para tentar desvendar esse mistério.
Se eu falar mais coisas eu vou acabar dando spoilers... e isso traria o lado sombrio de muita gente que desejaria a minha morte de maneira muito cruel! hehehehehe

Tenho que dizer que a linguagem utilizada é de fácil entendimento. Não há palavras rebuscadas ou estruturas frasais malucas (pra embolar a língua e o entendimento). Mas isso não significa que não seja profundo. Há três pontos de vista... o narrador não é em primeira pessoa - um fato que eu ADORO - mas o ponto de observação passeio pelas situações vividas por David, por William e por Arthur.

David é o assassino.
William é o psicólogo.
Arthur é o detetive - meu personagem favorito!

Como há mais de um crime realizado da mesma maneira, eu fiquei com receio da descrição das cenas serem todas iguais. O primeiro relato dá até nervoso... aí eu pensei: pô, se ele repetir, não vai ter o mesmo impacto. Ele (Gustavo) não repetiu... então, senti alívio e vi que ele faria tudo de jeitos diferentes. 
Parecia que eu estava junto dos personagens, sofrendo com eles pra tentar desvendar o crime! Não sei se alguém aí já leu e é muito esperto pra desvendar tudo antes do desenrolar da história, mas eu não! Fui pega de surpresa a cada revelação. Falei uns palavrões em voz alta na frente dos outros, mais ao final fiquei "como assim? como assim? Como assim?", larguei o livro e tentei entender sozinha essa parte, mas como não consegui caminhar por mim mesma (eu já disse que sou lerda?), peguei o livro de novo. Nas últimas páginas, eu cheguei a tapar as próximas linhas porque infelizmente eu tenho a mania de ir lendo os diálogos pra correr com a história antes (aí depois eu volto pra entender o todo). Fui tapando pra não me pegar lendo antes pra não estragar... 
Nossa! Eu adorei esse jogo de vai num personagem, vai em outro, você para, tenta montar a cena na sua cabeça, tenta adivinhar o que vai acontecer, percebe que um negocinho "a toa" tem um papel importante... ual! 
Foi uma gratíssima surpresa! Por que você encontra por aí, livros "é, legais", "razoáveis", mas livros surpreendentes, que fazem seus olhos ficarem arregalados, você ir trabalhar pensando na história (andar de bicicleta pra ir e voltar pensando na história), não ver a hora de voltar pra continuar tentando desvendar aquele crime... poxa! Muito bom mesmo! Daria um filme excelente! Já fiquei até tentando pensar qual ator faria melhor o papel de Arthur... Ah! Não vou dar detalhes sobre esse meu personagem preferido... ele tem uma pitada essencial que torna tudo mais legal ainda!

Recomendo pra galera que curte um suspense, um livro que o crime vai sendo desenrolado... mas não um que você tenha que desvendar quem é o criminoso, pois todo mundo já sabe que é o David. Mas um livro que você quer entender os motivos dele, você quer que o detetive o ache, mas que os outros também entendam os motivos, as questões psicológicas que ficam lá na mente...
E a pergunta que fica é a que está na parte de trás do livro - quarta capa - "É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem?". O livro não dá uma resposta pra essa pergunta, mas deixa a gente pensando... pensando... e tenho certeza que ainda vou gastar alguns dias pensando nisso e na história!

Leiam. Não irão se arrepender.

Abraços

Carla Luz

Nenhum comentário:

Postar um comentário