(CONTEM SPOILERS! CONTEM SPOILERS!)
Terminei mais uma leitura hoje! O livro da vez é "A Rainha Vermelha" de Victória Aveyard pela editora Seguinte.
Vamos por parte que eu preciso falar algumas coisas sobre o livro.
Primeiro vamos falar da edição, a parte física do livro. Tá realmente muito bonito. Como toda a história gira em torno da lógica de que há dois tipos de sangue: vermelhos e prateados, a capa condiz muito bem com isso. É de um prateado lindíssimo, dá vontade de levar o livro só pela capa.
A parte de dentro também é muito bonita, lembrando uma tapeçaria que encontramos em castelos medievais... acho que a parte física que a compõe é muito bem pensada e interessante.
Agora vamos pra história em si.
O livro nos conta a história de Mare, uma menina pobre de sangue vermelho que é muito boa em pequenos furtos para ajudar a sustentar sua família. Preciso falar um pouco da diferença entre vermelhos e prateados. Os vermelhos são como nós, normais, simples, pobres e estão no mundo para trabalhar e servir aos prateados. Já esses brilhantes de sangue prateado têm poderes bem no estilo X-Men. Então há os que controlam a luz, os metais, se curam, curam os outros, etc.
O pai de Mare tinha ido para guerra e voltou numa cadeira de rodas com um pulmão artificial. Seus irmãos foram para a guerra e sua irmã é a única que tem um futuro "mais ou menos" bem traçado pela frente. Ela tem um ofício, faz lindos bordados. Isto é, os prateados irão adorar comprar seus bordados, então ela terá como se sustentar e ajudar a sustentar a família. Já Mare não. Ela está com quase 18 anos (idade para ir se alistar obrigatoriamente para o exército e ir para guerra) e não tem uma profissão, não é aprendiz de nada. MAS, numa noite em que decide furtar algumas coisas, esbarra num desconhecido, Cal, que lhe dá uma moeda que vale bastante. E ela acaba contando um pouco de suas lutas para esse estranho. É aí que a trama começa a ficar mais interessante... Ela descobre depois que esse rapaz, na verdade é o Príncipe da sua região e que ele a recrutou para trabalhar no palácio. Isso soa muito estranho, mas ela aceita, pois não precisará ir para a guerra.
Mas durante uma atividade de demonstração de poder no palácio, ela, num momento de tensão, descobre que TAMBÉM possui poderes, no seu caso, relacionado à eletricidade.
O mundo prateado fica "doido" e precisam arrumar uma desculpa pra ela. Então, inventam que ela é uma filha perdida de uma das famílias importantes e que havia sido criada como vermelha. A história vai se desenrolando de maneira interessante. Há jogos políticos, uma certa crítica a sociedade divida por classes (e por classificações dentro das próprias classes), lugar onde há luxo e outros onde há pobreza.
Mas há alguns detalhes que... hum..... me incomodaram um pouco. Há uma semelhança com Jogos Vorazes, pois há uma competição entre pessoas para saber quem sará a próxima rainha. Cada um com o seu poder, lutando para ser a melhor. E também semelhança, na questão competição pela coroa, com "A seleção" (apesar de eu ainda não ter terminado o livro, mas já li um pouco mais da metade). Outro fator que me lembra muito "Jogos Vorazes" é que Mare é usada como um símbolo assim como Katniss, um jogo de manipulação da imagem para trazer mais gente para sua causa. Entendem meu ponto de vista? Não é que não seja interessante, mas já foi usado em Jogos Vorazes. E em "A Rainha Vermelha" fazem o mesmo jogo e bem na cara. Então, achei que poderia ter outra saída, além de "propaganda enganosa" para arrecadar voluntários para tal ou tal causa. Depois há a questão do sangue de Mare, porque, apesar dela ser vermelha, possui dons dos prateados? Aí começa uma pequena investigação sobre seu sangue - que eu achei que poderia ter sido MUITO MAIS explorada pra ficar melhor - que me lembrou "Divergente", no fato de que Trice Prior tem essa característica genética, de que ela é a evolução. Mare também. Entende meu desconforto? Ah! Há uma área que todos achavam desabitada e que eles vão utilizar... lembra do Distrito 13? Então... mais uma coisa muito semelhante que causa um certo desagrado em mim.
MESMO com tudo isso... utilizando todos esses panoramas, a história é um interessante. Não acho que dará um bom filme se fizerem. Seria algo muito artificial, como alguns filmes toscos que passam pelo canal Si-Fi... Tem história, mas ela acaba sendo uma colcha de retalhos de outras histórias e a torna um tanto inverosímel (sim, mesmo na ficção, as coisas podem parecer verossímeis), difícil de se sustentar com firmeza na própria história. Por isso, eu gostaria que houvesse uma parte mais científica tentando explicar o motivo do sangue vermelho ela ser "mutante" e ter evoluído pra ser vermelha e prateada.
E o que vem me aborrecendo em variados livros para o público jovem é o fato de ser narrado em primeira pessoa. Precisa ter um motivo mais forte pra ser narrado assim, mas acredito que não é o caso desse livro. Poderia ser em terceira pessoa e a gente ter um panorama melhor dos sentimentos dos outros personagens. Só os conhecemos pelos olhos de Mare, mas ainda assim, poderia ser tornar mais complexos se o narrador fosse impessoal... mas isso é somente a minha opinião. E não é somente sobre esse livro, mas um grupo que tenho lido ultimamente.
Mas, apesar disso, quero ler os outros livros da série porque desejo saber como isso tudo termina. Há um pouco de romance, mas nada melodramático ou açucarado demais. Bem pouco e isso faz parte da tensão da história.
Então, vou adquirir os outros livros pra saber o final e como não é uma história mega, power ultra tocante para o meu coração ao ponto de merecer viver na minha biblioteca pessoal, vou colocar o livro à disposição para os vizinhos pegarem emprestado na Bicicloteca Malala (https://www.facebook.com/BiciclotecaMalala/).
Espero que essa resenha tenha feito vocês terem vontade de ler o livro, ou pelo menos conhecendo um pouco da história. Desculpe se parte da minha opinião não foi a mais positiva possível.... não consegui!
Abraços
Carla Luz
Amei o comentário sim, prima! Super sóbrio, fiquei curiosa, mas concordo quando vc diz que a história parece um misto de outras e o arranjo pode tornar a narrativa um tanto inverossímil, mas valeu a dica! Vou experimentar!
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